sábado, agosto 13, 2005

E a Copa de 2010?

A Copa do Mundo de 2014 periga ser no Brasil. Isso porque a FIFA determinou um rodízio de continentes e, depois da Ásia (Japão/Coréia do Sul 2002), Europa (Alemanha 2006) e África (África do Sul 2010) será a vez da América do Sul, e o Brasil, até agora, é candidato único. Quer dizer, a China também é candidata, mas ninguém está levando a sério. Como os demais países do continente fizeram um pacto de não se candidatarem para que a Copa seja mesmo no Brasil (com qual interesse, eu não faço a menor idéia), se ninguém romper esse acordo, vai ser por aqui mesmo.
É claro que, sendo o Brasil o que é, os engraçados de plantão já arrumaram uma piadinha para tornar o assunto mais bonitinho. Só que essa brincadeira tem um erro que parece que ninguém está reparando...
Aparentemente, o primeiro a soltar tal gracinha foi o Zagallo. Perguntado pelo Globo Esporte sobre o que ele achava da Copa de 2014 ser disputada no Brasil, ele disse algo como "é bom, porque aí poderemos ser heptacampeões em casa" e completou "notem bem que eu já estou considerando que seremos hexacampeões em 2006!", e arrematou com uma sonora gargalhada.
Pouco depois, começou a ser veiculado um comercial de margarina (sei lá qual) em que o narrador diz que daqui a tantos-mil-e-não-sei-quantos dias, a final da Copa do Mundo será no Brasil, e "você verá o Brasil ser heptacampeão nos pênaltis".
Há alguns dias, estava eu andando pela rua quando escuto uma conversa: "você viu que a Copa de 2014 vai ser no Brasil? Já pensou, ser heptacampeão em casa? Que moral, hein?"
Tudo muito bom, tudo muito lindo, mas... E a Copa de 2010? A gente vai perder? Assim como Zagallo tem certeza absoluta de que vamos ganhar o título no ano que vem, ele tem certeza absoluta de que vamos perdê-lo quatro anos depois? Ninguém parou para pensar que depois de 2006 não vem a copa de 2014? Que vai ter (espera-se) outra no meio? Ou será que estão achando que a do ano que vem a gente não leva, mas seremos hexacampeões em 2010 e hepta em 2014?
Ou será que causaria muita confusão (ou protestos por megalomania) dizer que o Brasil será "octocampeão" em casa?

quarta-feira, agosto 10, 2005

Routine, set! Execute!

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segunda-feira, agosto 08, 2005

Enciclopédia BLOGuil sobre todos os assuntos

deus ex machina


Muitas vezes em um filme, livro, desenho animado ou outra obra de entretenimento, quando os heróis estão encrencados e parece que o vilão finalmente triunfará, o autor adota uma "solução mágica", que salva o herói do nada e permite que ele vença. Esse tipo de solução é conhecida como deus ex machina (se pronuncia "dêus éks máquina").
A origem do termo é curiosa: na Grécia Antiga, quando se apresentavam as primeiras peças de teatro, não era raro que os pobres mortais protagonistas se envolvessem em várias enrascadas em busca de seus objetivos. Algumas vezes, o desafio era grande demais para um mortal, e o herói se via obrigado a orar aos deuses. Neste momento, um mecanismo fazia com que um enorme deus - de madeira, gesso ou outro material apropriado - surgisse no palco e utilizasse seus poderes divinos para salvar o herói. Esta técnica foi apelidada de apo mekanes theos, literalmente "deus veio pela máquina". Na época da dominação grega pelo Império Romano, a técnica passou a ser utilizada também no teatro romano (ele mesmo uma adaptação do teatro grego), recebendo seu nome em latim, que significa "o deus na máquina".
Sem dúvida o exemplo mais comum de deus ex machina no entretenimento atual é o dos filmes de 007. Toda vez que o vilão pronuncia algo como "adeus Sr. Bond" e vira as costas, o agente secreto imediatamente se vale de uma bugiganga qualquer que sequer sabíamos que existia ou para que servia, e se livra da armadilha mortal. Este recurso se tornou tão popular que é utilizado em praticamente todos os filmes, livros e desenhos de espiões e agentes secretos, criando até mesmo o cliché do vilão que larga o herói para morrer e vai embora.
Existem ainda exemplos curiosos de dei ex machinis ao contrário, como a Kryptonita. Sendo o Super-Homem um herói tão imensamente poderoso, muitas vezes a única maneira de impedi-lo é pegando um conveniente pedaço de Kryptonita que surge de lugar algum para acabar com seus poderes.
É importante frisar que explicações porcas não constituem dei ex machinis. Um personagem que surge nos últimos dez minutos de filme e se revela como o assassino, depois que passamos duas horas suspeitando de catorze outros personagens não é deus ex machina. É falta de imaginação mesmo.