Seção Exumação
Hoje apresentando: Os sacos de supermercado!
Talvez as pessoas não se lembrem, mas houve uma época na qual os sacos de supermercado não eram feitos de plástico, muito menos de plástico colorido. Eram feitos de papel mesmo, e não tinham nem uma alcinha, o que nos obrigava a carregá-los como bebês no trajeto para casa.
Nesta distante época, o material utilizado para fabricar um saco de supermercado era um papel grosso, marrom, mais fino que um papelão, mas mais grosso que um papel pardo, chamado de - ora vejam! - "papel de saco", assim como o papel que embrulha o pão é conhecido como "papel de pão". Na verdade, era semelhante ao papel de saco de pão (?), só que mais grosso, para agüentar mais peso (pelo menos teoricamente).
Os supermercados maiores e mais ricos - como o Carrefour, as Sendas, as Casas da Banha (CB) e o Disco - pintavam seu logotipo em uma das laterais do saco. Os mercadinhos de bairro e os menos abastados usavam um saco "genérico", liso, todo marronzinho - o equivalente do saco preto de hoje em dia. Alguns mais folclóricos utilizavam um saco que trazia pintados os signos do Horóscopo Chinês, com os anos correspondentes a cada signo. Os ainda mais folclóricos traziam as dezenas do jogo do bicho. Existe uma lenda de um ainda mais folclórico, que trazia os escudos dos times do campeonato brasileiro. Mas esse eu nunca vi.
Como eu já disse, sacos não tinham alças. Eram sacos mesmo. Isso acabava limitando as compras do cidadão se este estava a pé, pois, apesar de em um destes sacos caber mais mais compras do que em um saco de hoje em dia, eles eram muito mais desajeitados para carregar. Pensando nisso, foi inventada a irmã do saco de supermecado, a bolsa de supermercado, que nada mais era que um saco com duas alcinhas de plástico pregadas no topo, para facilitar seu transporte. As bolsas, porém, tinham duas desvantagens: a primeira era que, se estivessem muito cheias, as alças e/ou o fundo arrebentava, espalhando as compras pelo chão. A segunda era que os sacos eram "cortesia" do mercado, mas cada bolsa custava mil Cruzeiros a mais. Pra um negócio que iria ter o mesmo destino de um saco - virar saco de lixo - mil Cruzeiros por duas alcinhas me parecia meio caro.
Um dia, alguém teve a boa idéia de inventar um saco de plástico, já com alças e de graça, e os sacos de papel foram banidos. Hoje em dia, temos sacos de todas as cores - o Extra, por exemplo, a cada seis meses muda a cor dos seus. O único revés é que esses sacos estão ficando cada vez mais vagabundos, arrebentam à toa. Para comprar uma Coca-Cola de dois litros e meio eu precisei colocar três sacos, um dentro do outro, e mesmo assim a alça do saco mais exterior arrebentou. Se eles fizessem um saco com expessura tripla, seria mais economia do que fazer sacos cada vez mais finos...