Hoje Apresentando: O Halleyfante!
Em 1986, o Cometa Halley passaria pela Terra, fazendo sua visita esporádica de a cada 76 anos. Como não era uma coisa que a gente visse todo dia, lá foi todo mundo comprar suas lunetas para ver o corpo celeste em todo seu esplendor. O cometa passou, mas tão longe que ninguém viu. E onde, nessa triste história, se encaixa o Halleyfante? Bem, vamos tentar explicar...
Para pegar carona na cauda do cometa, a Rede Globo inventou a Família Halley. Vocês vão estar querendo demais se pedirem pra eu me lembrar dos nomes deles, mas eram um pai, uma mãe, uma filha, um velho barbudo com cara daquele que treinava o Jaspion, e, é claro, o Halleyfante, o robô-mascote da família (toda família futurista dos anos 80 que se preza tinha que ter um robô-mascote). A tal família viajava pelo Universo a bordo do Cometa Halley, levando uma mensagem de paz e harmonia aos povos da galáxia (naquele molde "está chegando a Era de Aquário, temos que ser todos irmãozinhos, parem a Guerra Fria, senão as bombas nucleares vão transformar a Terra no set do Mad Max, etcétera e tal). Com a passagem do Cometa Halley pela Terra, a Família Halley iria nos fazer uma visita. Teve um especial de TV, capas de cadernos, um gibi, enfim, toda aquela parafernália capitalista para que nós consumíssemos a pobre Família Halley enquanto o cometa passava. Como eu era pobre, só pude comprar um caderno, que existe até hoje, e de onde saiu a figura do Halleyfante desta matéria, e o gibi, onde os Halleys visitavam o Rio de Janeiro, e que se perdeu em algum lugar do Limbo.
O Halleyfante foi o membro mais proeminente da família. Além de ser o preferido da garotada, participou de vários programas do Balão Mágico depois do Especial da Família Halley, e, se não estou enganado, ganhou seu próprio Especial algum tempo depois, onde conhecia a Terra com a ajuda de duas crianças (ou eu posso só estar confundindo e isso fez parte do primeiro Especial). A Estrela também lançou um Halleyfante de brinquedo, que andava pra lá e pra cá sozinho, dizia umas duas ou três fazes, era considerado o pináculo da tecnologia de brinquedos e custava os olhos da cara.
O Halleyfante é mais uma das coisas dos anos 80 que confirmam minha teoria de que as crianças eram mais inocentes: Peguem uma criança de oito anos de hoje e perguntem o que ela acha de uma cabeça tosca de elefante com perninhas que fala e viaja dentro do Cometa Halley. Pois é.